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sexta-feira, 17 de junho de 2011
Experiências com Light Painting de Ângelo kirigami: Xilogravuras de Ângelo César Meneghetti
Experiências com Light Painting de Ângelo kirigami: Xilogravuras de Ângelo César Meneghetti: "No início do processo de xilogravura fomos imersos em uma cerimônia obliqua que nos inseriu na experiência íntima do contato com a madeira c..."
Xilogravuras de Ângelo César Meneghetti
- No início do processo de xilogravura fomos imersos em uma cerimônia obliqua que nos inseriu na experiência íntima do contato com a madeira como suporte, nesta experimentação sentimos a fibra da madeira e como ela se comporta com o nosso desenho entalhado nelas e nos aprofundar no mundo da luz e da sombra.
- Conforme fomos produzindo, vimos referências que serviram de linha de orientação inicial. Pra mim um desenho em especial de Egon Schiele me inspirou em uma pequena série que a inicio começou com observação e foi para a imaginação.
- a mudança da madeira bruta e dura para o mdf macio foi um feliz contato, pois sacia a minha ansiedade de produção de um trabalho, que não se define pelo seu tempo de produção, mas na finalização de uma ideia.
- Meu contato com a xilogravura e o kirigami me motivaram a eternizar na madeira o corte do papel. Meu lado imaginativo quer falar mais alto que a observação, e viajo nas minhas fantasias sem me preocupar com conceitos ou preconceitos, quero criar por criar sem medo e nem culpa.
- Esta tríade em madeira que compõe-se por Jesus, O Profeta e O Kirigamista, é a continuidade do trabalho com a madeira bruta, desvendar seus mistérios não é uma coisa obvia. Na mesma inspiração de O Santo, O Profeta é uma escolha obvia de experimentação, mas o observar e o imaginar brigam e duelam na busca de um equilíbrio estético.
- Abandonando a observação e dando asas a imaginação, Jesus é o ultimo da tríade em madeira, mais uma vez a fé vem como temática, longe de pretender ser uma arte sacra, é a livre expressão de fé que graças a Deus, nós brasileiros temos a liberdade de expressar.
- Cansado dos quadriláteros, resolvi me aventurar num universo de formas que fogem as formas quadradas para e tal busquei no refugo uma fonte de matéria prima e inspiração. Onde as formas me sugeriam propostas e a imaginação mais uma vez se liberta para dar vazão a memória, neste caso uma gravura de Escher inundou minha mente para produzir esta pequena obra que bizarramente se trata a uma referência a Padres mumificados expostos em pé dentro de uma igreja que ele visitara. Esta busca por novas formas é um processo que vai se acentuar neste período de criação.
- Experimentar é preciso, já os resultados são imprecisos, mesmo que as vezes se ande em círculos, produzir é melhor que não fazer nada, tudo faz parte de um processo que se acumula até explodir de forma significativa.
- Algo começou a acontecer neste processo, a síntese foi um fenômeno que ocorreu naturalmente, forma e desenho se misturam para produzir uma xilogravura sintética, que expressa apenas o essencial, sem narrativa, fusão de figuração e abstração. A impressão permite um jogo imagens que se abre para um leque de possibilidades cujo resultado final ideal seria fruto de um longo período de experimentação, como meu foco é o processo, mais que o produto final, de Bandolins está para ser demonstrado futuramente com mais tempo para reflexão que para a produção.
- Depois de tanto trabalho para chegar a uma síntese, resolvi fazer um caminho inverso e partir para a análise, neste caso a inspiração destas duas obras veio de um touro de Pablo Picasso que muito me agradou, como resultado, fundir síntese e análise é um jogo de abstracionismo e figuração, onde a narrativa e a não narrativa chega a uma imagem quase surrealista, quase primitivista, ou simbolista, como eu estou só preocupado em propor e não necessariamente justificar a obra, deixo para os críticos desvendarem os mistérios e deixo para as pessoas contemplarem pelo simples prazer hedonista.
- Instigado pela forma e pelo resultado da peça anterior, a imaginação toma conta, criar é preciso, na verdade não era preciso mas eu queria produzir mais, minha necessidade de produção mais uma vez me impulsiona a produção compulsiva, quase um automatismo psíquico pois classificado como normal eu não fui pelo professor Claudio Garcia, contudo, não estou preocupado com a sua opinião, só com a sua orientação, pois preciso produzir o que me seduz, não o que me aborrece, algo que me instigue, me excite, me estimule e mexa com a minha imaginação. Se há uma narrativa, por favor me falem pois quando o fiz foi despreocupado com dizer nada, só pretendia provocar o olhar.
- Como sou impulsivo, não podia deixar de criar a kirigravura, onde meus cortes de kirigamis são impressos como uma matriz de xilogravura e o resultado aponta para um potencial incrivelmente promissor.
Prensa de gravura da Universidade Estadual de Londrina
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