Em "linhas da noite" eu busco uma poética abstrata fotografado em uma das viagens que fiz de Londrina, minha cidade natal, para Itanhaém, minha cidade atual. Diferente de um trabalho no escuro do estúdio de formas lineares figurativas, para a escuridão da noite, para formas lineares abstratas. Buscando o acaso, o inusitado, o que o olho humano não vê e o que a máquina provê com as irregularidades da estrada e as cores das luzes da noite. Saio de um trabalho monocromático figurativo para um policromático abstrato, onde não a ideia é o principal, mas o conjunto das cores e formas que o acaso e a trepidação do carro no asfalto produzem. As linhas, as cores, a figuração da abstração até o acaso puro me interessam. É a imersão em um mundo desconhecido, frenético, minimalista, linear e abstrato, de formas inusitadas, suaves, agressivas, definidas e confusas, convergentes e divergentes, sobrepostas, confusas, límpidas e fantásticas. Não quero explicar o inexplicável, o que é sensível, quero compartilhar emoções de uma criança de vê suas primeiras formas nas nuvens, a sua primeira luz na escuridão.